quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
(Ela)
(Ele)
(...)
- Tu fazes-me ver as coisas de outra maneira. Quer dizer, não é bem de outra maneira, porque eu já pensava assim enquanto crescia, mas tu fazes-me voltar a pensar. Estar perto de ti parece que me abre a mente.
- Estou a sentir um elogio aí pelo meio mas não consigo ver bem onde.
- Pára! Eu estou a falar a sério. Todos estes livros espalhados ao teu redor, a mudança de noites de cinema para serões no teatro, ver-te com os teus amigos a ter conversas que são mesmo reais.. dou por mim a pensar em coisas como nem saber quem sou nem qual foi a ideia de ter sido criada. Tu pareces ter as coisas tão definidas, cada passo é numa direcção predeterminada - e quando falas, estás sempre irritantemente certo (pausa) não sei, acho que onde quero chegar é que parece existir dois tipos de pessoas, e eu não sou uma dessas pessoas.
- E quais achas que são essas duas espécies de pessoas?
- As pessoas como tu e as pessoas de todos os dias.
- Não estou a ver onde queres chegar com isso mas parece-me que te estás a esquecer de um pormenor crucial: tu existes porque eu te sonhei. Aguardei uma vida por alguém a quem dedicar o meu amor - e todos os dias, todos os momentos que estou contigo, são a razão de eu ter sido criado. Os meus passos levaram-me a ti. Ir ao teatro, assistir a uma ópera, escrever um livro, construir uma casa, são tudo coisas para as quais vamos crescendo quando sentirmos que estamos preparados para elas. E tu, tu não imaginas sequer o quão extraordinária és. Estás entre o ser consciente e a pureza de uma mente por moldar.
- Fazes-me sentir tão, tão…
- Eu amo-te.