segunda-feira, 7 de março de 2011

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(Ela) – Mas poderíamos ficar juntos. Sinto falta do contacto físico, sinto falta de afeição.
(Ele) – Queres que fique contigo sem no entanto gostar de ti?! Não posso levar a minha vida pelo aspecto físico de uma relação.
– Não interessa se não gostas de mim. Quero ter pelo menos parte de ti.
– Tens de perceber que seria uma mentira! Eu estaria contigo mas não te amaria. Até poderia gostar da tua amizade, mas não te amaria. E agora dizes “que não faz mal” mas com o desenrolar do tempo irias sempre esperar que a minha vontade o meu sentir mudasse e acabasse por gostar de ti dessa maneira. Mas eu digo-te já com todas as certezas, que isso nunca vai acontecer.
– Não sabes isso. Nunca se pode saber algo assim.
– Vês! Já estás com essas ideias. Simplesmente não vai acontecer.
– E porquê que nunca vai acontecer?
– Porque não. Porque é quem eu sou.
– Isso não é nenhuma resposta.
– A verdade
(pausa) é que tu não és a pessoa de quem eu estou à espera.
(pausa) – E se essa pessoa nunca aparecer?
– Então não te amarei, nem amarei ninguém, em todos os dias do sonho da minha vida.
– .
– Lamento estar a ser tão cruel, só que é para que percebas. Já andamos neste discurso à demasiado tempo. Tinha de te dizer as coisas como são.
– Não quero saber. Tu não percebes que te amo, amo-te A TI. Amo-te mesmo agora, mesmo assim sem que tu me ames a mim.
– E tu não percebes como o eu estar contigo seria cruel?
– Não me interessa, eu não quero saber.
– Mas quero eu. Porque sei que eu não estando presente tu encontrarás alguém que te ame e que virás a amar.
– Não compreendes que isso não interessa para nada. Se não fores tu essa pessoa, será sempre alguém que te está a substituir. Serás sempre tu que eu queria.
– Não sei como te colocar isto de modo mais claro. Fui o mais explícito que se pode ser. Eu nunca te amarei dessa maneira. E não consigo estar assim com alguém que não ame.
– Mas podes ficar comigo até encontrares a pessoa que esperas encontrar. Eu não me importo. Prefiro ter-te só um momento a não te ter de todo.
– Isto parece-me quase um capricho. Ou que neste instante dirias tudo ao teu alcance para que aceitasse esta situação. Lamento, lamento mesmo muito. Eu gosto imenso de ti, mas não dessa maneira. Desculpa, mas o melhor é não nos vermos por uns tempos.
– Não! Não vás! Por favor, não vás! Pronto eu não volto a falar mais nisto. Mas por favor não vás…