segunda-feira, 7 de março de 2011

Acordava de um sonho confuso, ainda algo desnorteada procurava-o no estender do braço mas não o encontrava. Um esforço espreguiçante tocou ao de leve na rosa disposta sobre o travesseiro nem se apercebendo da folha escrita caída nos lençóis amarrotados do amanhecer. O esboço sorriso na surpresa de ver a flor deu lugar ao rebolar feliz de um coração enamorado. No aperto da rosa junto ao seu peito um espinho penoso furou o delicado seio e a gota de sangue escorria gentilmente num gesto que principiava o gélido destino tardio da mensagem não lida no bilhete esquecido até ao fim do dia.


(Ele)
(Ela)
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- Já alguma vez paraste realmente para pensar se acreditas em Deus?
- Acredito no amor.
- No amor?
- Sim. Creio que é a mesma coisa.
(Ele passou levemente a mão pelos cabelos e pela face e inclinou-se e beijou-a.)

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- Tive um sonho e nesse sonho estavam a chover balões pretos. Qual é o significado disso?
- Não te preocupes. Não podem chover sempre balões cor-de-rosa.
- E isso tem um sentido mais profundo que agora vais explicar certo?
- Nem por isso.