sábado, 18 de dezembro de 2010

(rogério pensa: tem demasiada cor aqui. não é depressivo que chegue para inspiração literária. rogério sorri num dos sorrisos que a princesa já não aguenta :p .. e apaga as luzes.. a escuridão inunda eficazmente todo o seu ser. olá trevas do contentamento bem vindas de volta, o rogério sentiu a vossa falta. tocam as cordas do adagio de barber e o ambiente humedece a face no correr da cândida lágrima que centelha inspiração)


variações ao amor

história 1:
(inês) – eu tenho andado a adiar dizer-te o que sinto porque quando o disser vai-se tornar real. e quando as coisas se tornam reais alguém acaba por sofrer.
– eu deixaria de gostar ti se tu não fosses assim, se não dissesses o que dizes se não fizesses o que fazes.
– sim gostar de mim. mas o que eu tenho para dizer é assim tão simples e assim tão complicado. porque depois de dito, já não posso voltar atrás.
– agora estou cativado. tens de dizer.
– não tenho coragem.
– diiiiizzz!!!
– digo? mesmo?
– sim. diz.
– pronto::: EU DIGO que te amo.. e agora vais fugir.
– e porque é que eu vou fugir?
– porque as pessoas fogem quando ouvem o eu amo-te.
– e para onde é que eu iria fugir sem ti?
– a sério. estás a falar a verdade?
– eu amo-te sua tolica. eu amo-te desde o primeiro momento em que vi um sorriso teu.

história 2:
– não te quero perder e não te posso dar o que tu queres. eu gosto da nossa relação assim. não quero que vá mais longe. não podemos ser só amigos?.. sei que estou a ser egoísta. mas isto é a única coisa que podemos ter. e tu vais estragar tudo se disseres que me amas.
(inês) – não. não podemos. a continuar assim terei de deixar de te ver.
– não me faças escolher entre amar-te ou não te ver mais. porque vou escolher não te ver mais.
– mas porque não?
– não tenho uma resposta que dê sentido a tudo. simplesmente eu hei-de sempre amar o que é mau para mim. é esse o meu amor. o eternamente não correspondido.
– tu mudaste
– sim, eu mudei.
– já não te reconheço
– foi-me permitido um momento de clareza. agora sou livre para ser o eu que sempre quis ser.
– tu és um bom escritor.
– Eu Sou?
– sim és.
– quer dizer eu sei que sou. só estou surpreendido de alguém reparar que sou. pensava que já não existia alguém interessante o suficiente para ter a coragem de o exprimir em voz alta.
– o que eu queria dizer é que te escondes nas palavras. eu digo que te amo. e agora vais fugir