história 3:

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

estranhamente o último post teve uma aceitação que não estava à espera. escrevi mesmo só para me forçar a mim mesmo a voltar ao blog. e agora compreendo, que quatro meses da minha vida em que não escrevi inês, vivi inês. e o ter vivido inês fez com que o meu discurso ganhasse uma cativante substância. ao ponto do sr. nuno aspirante a nefelibata ter composto um terceiro acto deste navegar pelas variações ao amor. que eu peguei, moldei à personalidade da minha linda inês e agora exponho:


(Inês) – menti-te! e agora este silêncio abate-se sobre a indecisão de não te ter dito mais cedo a verdade. chega! não posso viver mais assim. quando me perguntas-te eu disse não. agora...
 
(ele pensava para si: vais ceder, não percebes, isto é um jogo e tu vais ceder) – o que foi agora? 
é possível que me vá arrepender disto para o resto da minha vida, cá vai: eu amo-te. 
não digas isso. porquê agora? (ele pensava: eu sei, é óbvio que me amas, mesmo quando me negaste três vezes eu vi o amor em ti. mas penso se saberás o que é o amor, ou se é só a atracção que lancei sobre ti a falar)
porquê? porque é verdade. (e tu continuas a negar o evidente, a adiar o inevitável: que eu te vou deixar em lágrimas)
o que mudou? porquê estas certezas de agora ser isto que queres? (já não sou o mesmo, e ainda que o meu corpo seja prisioneiro eterno da tua beleza o meu espírito foi resgatado ao teu feitiço)
é a relação que tenho contigo que me exige esta sinceridade. (certezas?!, não tenho certezas nenhumas!! este fogo que me consome por dentro, esta ânsia de absoluto)
amigos, nós somos amigos, o amor é uma escolha. e tinhas escolhido não amar. e agora escolhes amar. 
o amor não é uma escolha. a escolha é ser fiel a mim própria. a escolha foi conseguir encontrar coragem para dizer-te que te amo. (mas de que tens medo agora? de que foges? pensei que dirias logo que sim)
desta forma acabas com o que nos une. talvez o que queiras de facto é não me ver nunca mais. (o quanto queria pelo abraço resgatar-nos deste frio e contigo flutuar sobre as edificações deste mundo)
mas que irracional que estás a ser. não percebo como chegamos aqui. (esse teu ar indiferente.. afinal o que significa a tua simpatia, o teu sorriso? cinzas de um momento de puro deleite e nada mais?) – nada mudou. eu mudei. eu agora sei que te amo. 
não me dás alternativas. é melhor não nos vermos por uns tempos. 
(és um estúpido!!! finalmente confiei em ti. mas eu compreendo-te, eu não te amava se não fosses assim.) é um adeus então? 
(não vás. meu deus! vou arrepender-me disto até ao último dos meus dias) é um adeus.