AN EPIC ONE

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nesta parte da narrativa passamos uns capítulos à frente. O ser fomentador de tormentas apareceu na história. É homem, é poeta, é um líder nato do espírito selvagem e ainda não conheceu a linda Inês.


(Ele) – EU SINTO-ME NU!
(Eu sinto que se te continuas a exprimir selvaticamente, deixo-te no meio de uma savana).
– Ela entrou em mim. Resumiu-me a um mero enamorado, mastigou-me até à última réstia de homem e deixou-me a sangrar na submissão de um espírito rejeitado.
– Sem dúvida, é isso que elas fazem. Não poderia estar mais de acordo.
– É TUDO DEMASIADO DOLOROSO, É UMA TRAIÇÃO DA VIDA DEPOIS DE ME TER DESPRENDIDO DAS AMARRAS E TER PERMITIDO TODO O MEU SER PULAR DO PRECIPÍCIO.
– Ela teve um vislumbre da tua alma. E percebeu que eras um softy. Depois disso, depois de te conhecer, sabia exactamente como te afectar.
– MALDITA SÚCUBO! OFÍDIA DE PRESAS DILACERANTES QUE ME RASGAM AOS PEDAÇOS DE CARNE CONSUMIDA E ME DEIXA AOS ABUTRES DA COMPAIXÃO.
– Não tenho argumentos contra. A miúda bateu-te forte. Tinhas o amor. Tinhas o sentido da vida. E de repente tens o coração dilacerado.
– Para quê que tu me serves mesmo? Pára com essa condescendência irritante que estás quase a saltar mesmo sem quereres.
– Eu vim contigo não vim? Meti este capacete estúpido e estou dentro deste avião pronto a cometer a maior estupidez da minha vida não estou?
– Eu fiz o que tinha a fazer.
– E o que é isso mesmo?
– “Fiz o que tantos outros homens antes de mim fizeram depois de uma mulher lhes ter quebrado o coração: Eu vim para a guerra!”.
– E quantas guerras é que eu vou ter de aguentar por ti? É que esta é já a quarta queda sobre o abismo a que chamas duelo pela redescoberta do Eu.
– EU SINTO-ME GELIDAMENTE NU!
– De quem foi a ideia de vir em plena época glaciar ao meio do Pólo Norte?
– VENHA DAÍ O URSO. VOU CAVALGAR-LHE A ÍNDOLE SELVAGEM ATÉ AO DERRADEIRO FOLGO DE FRUSTRAÇÃO QUE HABITA EM MIM RETOMAR AO INDÍGENA INDOMÁVEL CUJO ÚNICO SENTIDO DE VIDA É SORVER DO NÉCTAR DOS DEUSES, A QUE CHAMAM…
– A que chamam?
– Ó.. quero lá saber. A quem é que eu estou a tentar enganar. Ela era a tal. E já não há tal.
– Ui! Não me vais começar agora aqui a chorar que nem uma menina.
– ÉS UM ANIMAL! NÃO TENS SENSIBILIDADE NENHUMA.
– O que não tenho é paciência para os teus tantras. Escolhe uma arma e vamos resolver isto como homens a sério. Ela é o inimigo e isto é uma batalha. Despe esse pára-quedas, abre essa porta e salta que eu já lá vou ter para te salvar como sempre.
– Sinceramente não sei como ainda sou teu amigo.
– Sinceramente, estou a pensar deixar-te estatelar no chão para não ter de te aturar mais…