quinta-feira, 12 de agosto de 2010

diziam: “Está Viva!”… o sangue escorria-lhe pela face, entre o choro ingénuo, suspenso morno estático. sentia no peito o bruto bater que lhe apressava o sufoco extenuado da consciência da dor que a envolvia, levando-a à mudez asfixiante numa mendicância por uma palavra mais. num relance viu-se caminhando os corredores ao seu lado, os olhos cruzados pela primeira vez, a sensação experimentada do frio na espinha que a invadia, que a hipnotizava e levava além do tempo, além do impossível, oferecendo-se ao punhal na inútil esperança de um renascer da expressão de vida irremediavelmente perdida.  olhou-o atentamente, disposto além inanimado dilacerado o corpo em fado certo. retia da sua imagem, do seu rosto, todos os pormenores para não o perder.
toldava-se-lhe as asas de um anjo caído… pensava: “Não… Ainda Não…” as nuvens e sombras favoreceram a confirmação do médico, ao instante subjugado do que já sabia. arfou um audível gemido, e a última lágrima verteu

“Já não pulsa.”