a taste of blues

segunda-feira, 15 de março de 2010

estás a ver quando um conhecimento adquirido se tenta igualar ao de uma mente simplesmente brilhante por natureza? é na preferência entre apreciador de blues e diletantes vanguardistas, que se distinguem os amanhã deixados ao esquecimento do perdurar de um bom cálice amadurecido nos lábios de um amor apaixonado.

(inês) – por vezes sinto imensa dificuldade em proferir uma opinião própria. se olho para um objecto e transmito o meu desagrado, acabo por ver sempre alguém que o idolatra e me reprova. será assim tão difícil sentir o que é bom e o que não é?
(personagem masculino, por aparecer) – é extraordinário como nem te apercebes do potencial que habita em ti.
(inês) – não estou a ver onde anda esse potencial.
(p. m.) – existem pessoas com um talento que lhes é inerente desde pequeninas. e tu és um desses seres. que tem em si a singularidade de poder ter um juízo formado sobre as coisas.
(inês) – eu? não é o que me parece. quer dizer, não consigo explicar, eu observo e percebo se gosto ou não. mas não sei porquê. nem compreendo porque é que nem todas as pessoas estão de acordo.
(p. m.) – é preciso pertencer-se a um meio muito restrito para se ouvir o que eu te vou dizer: tu estás investida de uma propensão para a arte. e isso é uma característica tão rara, quanto teres consciência que a tens.

(escrito por r. com a fragrância de márcia c. em dias do décimo ano do terceiro milénio.)