a influência que tens sobre mim

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

observava-lhe os gestos, desviava o olhar quando pressentia que seria colhida no seu contemplamento enamorado. será que ele saberia da extraordinária influência que teria sobre si?! só gostava de ter a coragem para o dizer.. para lhe dizer o que cada palavra sua significa para mim.. que cada momento de atenção é um raiar de sorriso que habita este frágil corpo esta mente incerta.. um dia aparecer-te e ser eu própria, porque sei que aguentarias ver-me a nudez, e amanhã ainda te ter aqui..
[…]
- olá.
(inês) - ainda te lembras de mim?
- como poderia esquecer. tu és inesquecível.
- sou?
- tens dúvidas que desde a ultima vez que falamos eu não tenha passado uma hora sem pensar em ti?
- .

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

[…]
(inês) - nem sei porque cometi o erro de dizer olá.
- claro que sabes. é porque não te consegues libertar do facto de que quanto mais me contrarias, mais evidencias que ainda me amas.
- estás maluco? só te cumprimentei para ser simpática. eu odeio-te.
- sim claro, isso é inegável. mas não existe necessidade de continuar a  contrariar que só me odeias porque já nos amamos. não sei porque devemos resistir às nossas memórias, afinal de contas, só odeamos aqueles que deixamos transpor as muralhas, e aproximar o suficiente a tocar o coração. tornando a perda um mortificante lacerar, cuja dor, prometemo-nos não voltar a sentir.
- és tão frio. sabes que foi isso que aconteceu. não precisavas de colocar por palavras e fazer-me relembrar tudo outra vez.
- mas eu… não era isso que eu queria…

Põe assim: Odeio-te

sábado, 20 de fevereiro de 2010

(inês) - o que eu sentia por ti? será que não percebes, eu não sou mais essa pessoa. e tu também não.
- mas eu não mudei.
- o que nós éramos deixou de existir.
- como te podes esquecer de como começamos? de como nos encontramos, e desafiando toda probabilidade, permitimo-nos a uma intimidade cheia de mistério, onde constantemente descobria coisas novas, na tua maneira de ser na tua maneira de pensar e de sentir.
- a paixão perdeu-se.
- como podes ser tão cruel?
- lamento se a realidade te faz sofrer. preferias que mentisse? que continuasse a mentir? ignorei esta ausência de sentimento até compreender que nada de bom pode sair desta mentira. estou a impedir-te de viver.

"boys have feelings too right?"

sábado, 13 de fevereiro de 2010

(Inês em diálogo com uma personagem ainda por aparecer)

(inês) - parece-me sempre que os homens não têm sentimentos como os nossos.
- tens de ser um pouco mais específica.
- que vós não demonstrais o que sois já é um dado adquirido.
- estavas à espera de quê, o culpa é do modo como as intimidades entre nós são caracterizadas. uma mulher espera sempre um homem confiante. se eu passar a dizer o que sinto, bem, digamos que aguentarias uma semana. a verdade é que quereis saber tudo o que tem a ver convosco, o que sentimos por vós e demais eternos afectos, mas quando o diálogo remete para a verdadeira natureza de um ser, well…
- que exagero. só quis dizer que os sentimentos dos homens são mais aparência, enquanto que os nossos são dor.
- o que vai de acordo com o que estava a dizer. somos levados a colocar a máscara da aparência, e a vive-los ao resguardo da nossa mente.
- mas isso não nos deixa entrar. como havemos de saber o que estais a pensar?
- por momentos creio que houve um inversão de papeis. o que nós estamos a pensar? vou-te contar o maior segredo de todos nas relações humanas; olha-te ao espelho, e acredita que os rapazes não são muito diferentes de raparigas. existem tantos tipos de homens como de mulheres, e o teu reflexo é tão complicado quanto o meu.

ensaios matinais

como não se contrariam princesas, estou de novo a projectar ensaios literários sobre o entendimento humano.

quem tem seguido as minhas recentes aventuras, observa a némesis deixada ao abandono. o que é meio verdade. uma vez que a disponibilidade não tem permitido a escrita dos capítulos, cresce em mim a necessidade de pelo menos orientar algumas linhas, no sentido de não a deixar sucumbir ao tempo.
deste modo, este blog será dedicado a diálogos e excertos que poderão vir a ser utilizados no livro.

deixo um pequeno resumo do percurso sombrio que tem acompanhado a linda Inês:
  • Inês estava muito feliz e a vida fazia sentido.
  • o amante Paulo, terminou a relação. Iniciando outra com a Ana, a melhor amiga da nossa personagem.
  • o cor-de-rosa na sua vida desmoronou, a tristeza abateu-se sobre os seus dias.
  • acabou o curso de arquitectura e foi estagiar para uma cidade vizinha. alugou um pequeno apartamento e iniciou uma fase ainda algo incerta…
  • de volta a casa em fim-de-semana, encontra Paulo e Ana juntos, o anseio tolda-lhe a moralidade juvenil e leva-a a agir longe dos parâmetros que tinha disposto no imaginário imaculado do amor.

númenesis

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

númen + a última némesis

númen:
nome masculino
1. divindade mitológica
2. poder celeste
3. inspiração; génio
(Do lat. numen, «majestade divina»)